Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

atravessando a faixa de pedestres

Atravessando a mesma faixa, a lembrança do mesmo verbo, intuído pelo primeira vez ao atravessar a faixa. A lembrança da intuição do verbo ao quase pisar na faixa, re-signar, intuição que rendeu então um post. Como isso tudo me soa proustiano, e como essas intuições são minha melhor verdade, segue um novo post, à Proust, com minha madeleine um pouco torcida: uma travessia de mulher.

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