Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

grupos vocais

Uma de minhas predileções musicais são os chamados grupos vocais e instrumentais. Na MPB que chegou até meus ouvidos três ganharam relevo: MPB4, Boca Livre e 14 Bis, este não contando mais com sua formação original, com a saída de Flávio Venturini. No caso do Boca Livre, o grupo passou por várias formações, com um único integrante constante, Maurício Maestro, e atualmente retornou à sua formação dita clássica, mas Zé Renato e Claudio Nucci não voltaram a dividir os vocais do grupo. Há dois dias postei casualmente uma canção do Boca Livre, “Dança do Ouro”, e foi o bastante para uma torrente de lembranças da juventude (em que ouvia muito 14 Bis) voltar, e também perceber o quanto gosto do Boca Livre, sempre gostei, um dos grupos vocais mais sofisticados da MPB, a par do MPB4, que funde (confunde) voz e instrumento, como se pode depreender da belíssima e inspirada interpretação da canção citada. Particularmente aprecio a canção “Ponta de Areia” interpretada à capela pelo quarteto. Neste vídeo há uma teatralidade um pouco engessada pelo Fantástico, mas lá estão os rapazes, inconfundíveis em sua potência vocal.

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