Não posso tocar, no escuro,
Teu vulto vago e sombrio.
“Senhor!”, por erro, murmuro,
Alheio ao que balbucio.
De mim, tal uma ave enorme,
O nome de Deus se evola.
À frente, um abismo informe,
Atrás, vazia, a gaiola.
CAMPOS, Augusto de. Poesia da recusa. São Paulo: Perspectiva, 2006. p.117.
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