O ESTRANGEIRO
Na horta, revolvo a terra.
Entre raízes ávidas
me curvo.
Anunciam-te: o hóspede,
o totalmente outro, o antípoda.
As mãos sujas de terra,
mergulho-as na fonte. Nas águas,
refletida, a face que fulgura.
Desvio o olhar ferido.
Para sempre morta
a tudo que não sejas.
Dora Ferreira da Silva. Poesia reunida. Rio de Janeiro:
Topbooks, 1999, p.104.
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