Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

proteção

Enquanto nado ― e parece que nada acontece ―, sinto a água me envolvendo, como se fosse um lugar muito confortável de se estar, aplacando securas de meu ser, reentrâncias interditadas ao escrutínio do olhar. Sinto, ao contato com a água, a força do meu corpo aumentar, pois vem ao encontro da vida.

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