ISOLAMENTO
Todo o ruído passa. O ruído é muitos.
Uno é o silêncio, e eterno.
Assim a noite, entre os dias fortuitos,
Ergue um só rosto interno.
E entre uma e os outros nós andamos, juntos
No único tempo, o agora.
Mas nem aqui, nem nos dias defuntos,
Seremos na mesma hora.
Pois esta que é e as que não são, unidas,
Separarão sem pena
As nossas almas, nossas mãos perdidas
Da mão que nos acena.
BUENO, Alexei. Lucernário. Poesia reunida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003, p.249.
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