Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Murilo Mendes

GRAFITO NA LÁPIDE DUM ALFAIATE GREGO

O tempo rodando com sua foice
Corta o meu trajo,

Atrai a tesoura de Átropos.

MENDES, Murilo. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994, p.645.

Nenhum comentário:

Postar um comentário