Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Knockin' On Heaven's Door: versão over

Ao me lembrar do apanhado que fiz de versões para Knockin' On Heaven's Door, um lapso qualquer me fez pensar que havia deixado de fora esta, uma das melhores, com Tom Petty. Uns tomam éter, outros cocaína. Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria (“Não sei dançar", Manuel Bandeira). E pouca coisa me alegra mais que esta gaitinha, o que não chega a ser um critério, porque a vontade de alegria tem qualquer coisa de tirania, além de ser um completo mistério.

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