Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ternura

O caos é uma questão de tempo, seu efeito. É o modo que as coisas encontram de obedecer ao princípio da conservação da energia. Resistir ao caos é conseguir manter, no struggle for life, a própria energia, sem perder a ternura. Porque não pode haver ternura, amor, bondade, criação onde não existe força.

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