Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 7 de novembro de 2010

meninos e meninas

Um grupo de garotos, para implicar com um dos colegas, colocou em suas costas, sem que ele percebesse, uma folha com os dizeres "sou gay", em letras garrafais e com tintas fortes. Vi o menino, um garotinho adorável, rodando pela sala com aquele "anúncio" afixado às costas, e imediatamente, mas de forma sutil, retirei, amassei e joguei fora. A cena em si era bastante cômica, pela absoluta inocência da personagem em questão. Uma colega, ao ouvir o relato, disse que teria chamado a atenção da turma. De forma alguma. Seria expor ainda mais o menino. Melhor não levar tão a sério brincadeiras de crianças.

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