Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Blowin' in the Wind - Bob Dylan (Bangladesh, 1971)

[a figura que se move ao fundo, no início, é George Harrison]

Esta música, não obstante ter sido colocada como "canção de protesto", é uma série de perguntas sem resposta, ou melhor, "the answer, my friend, is blowin’ in the wind / the answer is blowin’ in the wind". Há um interlocutor a quem se sinaliza que as respostas, se houver, estão aí, blowin’ in the wind, para quem puder pegar, ou mesmo elas vão e vêm com o vento, mudando com ele... Gosto especialmente, na última estrofe, da pergunta: "How many times must a man look up / Before he can see the sky?" Letra no site oficial de Bob Dylan.

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