― Parece um diálogo de idiotas ― comentou Traveler.
― De mongolóides puros ― disse Oliveira.
― A gente acha que vai explicar alguma coisa e cada vez é pior.
― A explicação é um erro bem-vestido ― afirmou Oliveira. ― Anote isso.
***
“Longo bate-papo com Traveler sobre a loucura. Falando dos sonhos, demo-nos conta, quase ao mesmo tempo, de que certas estruturas sonhadas seriam formas correntes de loucura, a menos que continuassem na vigília. Quando sonhamos nos é dado exercitar de graça nossa aptidão para a loucura. Suspeitamos, ao mesmo tempo, que toda loucura é um sonho que se fixa.”
CORTÁZAR, Julio. O jogo da amarelinha. Trad. Fernando de Castro Ferro. 15. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, respectivamente p.332 e p.459-460.
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