Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

dicionário

Seguindo o percurso da comum e prosaica palavra tatuagem, cheguei a indelével, passando por marca, sinal, cicatriz. Marca e sinal são profusas em sentidos, renderiam um bom texto. Já indelével... Pensando bem, este post é um antípoda dos dois anteriores, ou o contrário:
adj.2g. que não é delével, que não se pode delir 1 que não se pode apagar, eliminar <tinta, mancha i.>  2 que é durável, permanente; que não se pode destruir, suprimir ou fazer desaparecer totalmente <amor i.> <lembrança i.>  * etim lat. indelebìlis,e 'que não pode ser apagado ou riscado', de in + delebìlis e este de delére 'apagar, destruir'.

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