Ou eu fiquei chata e exigente demais ou me libertei de uma série de clichês. Vou na segunda hipótese, até porque me é mais simpática. Como estava a perambular pela zona sul e precisava de "distração", resolvi esticar até o Arteplex para conferir Tetro, o novo filme de Coppola, a que aludi em post anterior. Pois bem. Talvez até há um ano atrás, menos quem sabe, Tetro me deixaria comovida com a história tocante de um drama familiar que leva um de seus membros a uma espécie de semi-loucura. Pois o que consegui no máximo foi me entediar com a narrativa. Um dramalhão Hollywood demais, "poderoso chefão" repaginado, apenas que não se trata de máfia, mas de exibicionismo com toques de édipo e citações literárias. Um drama familiar italiano ambientado na Argentina e falado em inglês soa a pastiche. As atuações não convencem, embora a ideia em si seja interessante: a instituição família como um fermento perigoso para a loucura, que encontra uma saída na arte, na criação. Mas o que é feito dessa loucura o tempo todo senão um esforço de enquadramento, de adaptação? A criação não pode mesmo encontrar espaço aí, e teria razão o filho em seguir fugindo do "poderoso chefão".
P.S. O custo da entrada de cinema, por si, obriga a uma seleção maior do que se vai assistir nas salas de exibição. Quase todo mundo que conheço faz download e assiste no computador. Ainda não atingi esse estágio, talvez porque faça já muitas coisas no computador e goste de assistir filmes num "enquadramento" adequado. Mas para filmes raros e fora de circulação não tem outro jeito.
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