Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Jean-Pierre Dupuy: "A fabricação do homem e da natureza"

Creio que já falei dessa conferência em algum post, perdido num recanto qualquer. Ontem me lembrei dela novamente, de como, a partir de uma fala inicial sobre nanotecnologias, Jean-Pierre Dupuy termina por especular sobre o imponderável que assinala cada pessoa, recorrendo a um mito grego para chegar a uma fala interessantíssima sobre o amor. Não só as nanotecnologias, mas todos os processos de fabricação do homem (e da mulher), do botox ao photoshop. A conferência pode ser acessada aqui ou aqui

P.S. Não julgo possível estar imune a esses processos, no máximo se consegue algum distanciamento em relação a eles, em especial que isso tudo vem a par da leitura do fantástico texto O banqueiro anarquista e sua teoria das ficções sociais. Assunto para outro post.

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