VIAGEM
Pregado no céu, o gavião feito
de paciência e espaço
permanece cruzando, quase único
a estrada que atravessa, e toca
nos possíveis violinos silvestres
que o vento afina lá dentro
da mata veloz que passa
na janela do carro: zás, zap
na paisagem ― a decisão do azul.
Asas paradas e o olhar duro que
o asfalto e a distância alimentam.
Boa companhia: poesia (Org.
José Almino). São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.99.
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