Sobre o documentário Edifício Master (2002), de Eduardo Coutinho: “É de Sérgio [o síndico] a frase mais contundente do filme, ao expor o seu exercício do poder:
de Piaget a Pinochet. Ou seja, ele administra exercendo primeiro o amor, não
dando resultado vem a porrada. Para ele ‘a realidade é o funeral das ilusões’.
O dia a dia enterra discursos mais ternos e empurra-nos (a todos) para diálogos
concretos, ficando-se assim expostos às verdades cruas, por mais duras que
sejam, e as mentiras engendradas perdem-se na própria falta de sentido.” (daqui)
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário