O que vive
incomoda de vida
o silêncio, o sono,
o corpo
que sonhou cortar-se
roupas de nuvens.
O que vive choca,
tem dentes, arestas,
é espesso.
O que vive é espesso
como um cão, um
homem,
como aquele rio.
MELO NETO, João Cabral de. Serial e antes. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1997, p.84. [de “O cão sem plumas”]
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