Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Paulo Mendes Campos: frases

“Devo aos poetas de todos os tempos a sobrevivência de minha alma.”

“Nunca tive cachorro nem gato; só tive árvore.”

“Nunca poderei ser mais do que sou  nem desejarei!”

“A constrição constante da morte me ajudou a ganhar a vida.”

“Abaixo da minha gana graciosa pela justiça, minha desesperançada e doce indiferença.”

“A aspiração precoce a uma velhice respeitável foi uma constante de todos os muros honrados que vi nascer e viver.”

CAMPOS, Paulo Mendes. Cisne de feltro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 18; 139-140.

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