Parodiando alguns escritores modernos, para quem não aguenta mais me ouvir falar em Bob Dylan, gentileza desconsiderar o post, ou voltar para o anterior enquanto o próximo não aparece, ou mesmo fechar a página (mas não deixar o blog...). É que eu amo de paixão esta gaitinha. E esta canção. E muitas outras dele. E é inevitável sentir-me subitamente alegre ao ouvir seus acordes.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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