Descubro a existência da Fócida, e esqueço o palavrão que, hipoteticamente, eu postaria aqui, não fosse este o blogue de uma moça direita (mas não de direita), bons costumes, educada, cuja classe, dizem testemunhas constantes, não combina com a elocução de um palavrão (você não, Mariana, não combina com você). Entre os amigos está liberado, graças a Deus, embora este não deva gostar muito de ouvi-los. Mas voltando ao..., quer dizer, à Fócida. Lugar mais simpático, não merecia a semelhança fônica com... Pobre Fócida! Deve estar na fossa, os poetas todos fugiram de lá, do seu belo monte Parnaso, e foram se abrigar no vazio simbolista-decadentista-salvo-engano-pós-modernista do nada ao encontro de nada dando em nada. Vejamos então: a Fócida é uma das divisões clássicas da Grécia e uma de suas modernas prefeituras. O nome Fócida deriva de Foco (ora, vejam!, a coisa é mais séria do que eu imaginava...), filho de Ornitião, filho de Sísifo... Caramba! Quer mais o quê para configurar a situação completa do fócido? Não digo mais nada, deixarei que a Wikipédia fale por mim: na Fócida situa-se a histórica cidade de Delfos, conhecida por seu famoso oráculo, cujas profecias, bem, já se sabe...
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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