Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

eclipse

Tristeza imensa neste começo de noite, o pranto da manhã, quando minha mãe foi embora, querendo voltar, e eu não sei o que fazer com isso. Minha mãe entrou no quarto, não para fechar a janela, como no sonho, mas para se despedir. Para completar, o céu estava meio nublado no início da noite, eu não consegui ver o eclipse. Mas o que não foi eclipse neste longo dia? O momento da postagem coincide com o que estou dizendo, mas há a questão do fuso horário etc.

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