Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 22 de outubro de 2011

e. e. cummings

Não sei se consigo ler e. e. cumings: o próprio conceito de leitura é distorcido diante de suas intercalações e cortes abruptos (tmese, conforme Augusto de Campos). Mas isso não impede de apreciar a beleza de suas criações, ou esperar uma nova rodada para que o obscuro se dê ao entendimento.

A música é de John Cage e a voz de Robert Wyatt (aqui).

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