Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 16 de outubro de 2011

letras

Tenho um amigo que, volta e meia, por e-mail, me chama de Marina ― o que me agrada, porque além de ter uma suavidade oscilando nas letras, etimologicamente é puro mar. Já quando outra amiga me escreve, noto que o contato foi salvo como Maraiana. Um dia resolvi perguntar e ela disse que quando percebeu a troca das vogais quis deixar, porque lhe pareceu que o nome assim ganhava uma nova beleza, ou dimensão. Assenti. As letras e suas incríveis possibilidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário