Confundi-me agora há pouco, trocando o nome do letrista Nelson Angelo pelo do escritor Ivan Ângelo, de quem li um conto na coletânea Os cem melhores contos brasileiros do século. Mas então já pensava em outra coisa, em como é bonito o nome Ângelo, com ou sem acento, e no meu falecido avô materno, que tinha esse nome.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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