Maduras estão, em fogo emergidas, cozidas
E na terra provadas as frutas. É força
Que tudo penetrem, à guisa de cobras,
Profeticamente e sonhando nas
Colinas do céu. Muita coisa
Devemos guardar como um fardo
De lenha nos ombros. Entanto
São maus os caminhos. Indóceis
Cavalos, trabalham
Elementos e as velhas
Leis da terra. Ah, e sempre ao
Sem peias vai uma saudade. Contudo
Muito há que guardar. É mister a constância
Mas nós não queremos ver nem
Para diante e nem para trás! só queremos
É que nos embalem da mesma maneira
Que o lago num bote.
Manuel Bandeira. Alguns poemas traduzidos. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007, p.65.
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