Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

que país é este?

― As cenas de vandalismo vistas durante essa greve têm a ver com essa falta de qualificação dos policiais? As manifestações foram radicais demais?

― Não vou dizer que o aumento das estatísticas de violência nesse período seja uma fantasia ― muito pelo contrário. Mas o que pode sim ser uma fantasia é a omissão de estatísticas do dia a dia, independentemente da greve. A greve faz com que determinadas informações, que não podem emergir em situações normais, sejam divulgadas. 80, 120 homicídios em uma semana? Isso, num período normal, representaria uma situação de extrema sensibilidade. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário