O sonho até já fazia algum sentido, quer dizer, aquela falta de sentido usual dos sonhos, enquanto tentava ordená-lo pela manhã, fazê-lo caber na dimensão do dia... até revisitar a imagem do post anterior, e que por isso foi postada. Vi-a ontem, e uma de suas cenas (ou situações) compareceu no final do aloprado sonho, imediatamente lembrado, ganhando por assim dizer uma pátina ilustrada. Felizmente hoje tenho análise.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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