Há um mar no mar que não me nada
e não se entorna em ser espuma ou coisa fria.
Me sinto cheio de palavra e de formato,
murado em mim sob a ciência desse dia.
Na sonância do que vive,
minha fala é resistência,
e dizer é corroer o que se esquiva,
reter na letra a cicatriz do som vazio.
Sou apenas quinze avos da loucura,
a dar um nome à ironia do que dura.
SECCHIN, Antônio Carlos. Todos os ventos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002, p.125.
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