Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 9 de julho de 2011

William Carlos Williams

EL HOMBRE

Estranha é a coragem
que me dás estrela antiga:

Brilha sozinha na alvorada
para a qual em nada contribuis!


EL HOMBRE

It’s a strange courage
you give me ancient star:

Shine alone in the sunrise
toward which you lend no part!


William Carlos Williams. Poemas. Trad. José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p.36-37. AQUI outros poemas do autor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário