Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Traduções de Alice no Brasil (encontrado no site Abril Educação)

Segue, conforme disponibilizado pelo site Abril Educação (aqui), comentário breve sobre três traduções de Alice no Brasil:

Alice no país das maravilhas (Tradução: Nicolau Sevcenko. Editora: Cosac Naify) Lançada recentemente, esta ótima tradução chega para acrescentar mais beleza ao mundo de Alice em português. Nicolau Sevcenko preocupou-se em transpor o espírito de Carroll, mantendo rimas e nonsense e eliminando referências à Inglaterra vitoriana que já não fazem nenhum sentido para o leitor. Houve aqui um trabalho de adaptação sério e artístico. Vale a pena conhecer.


Aventuras de Alice no país das maravilhas Alice através do espelho e o que Alice encontrou lá (Tradução: Sebastião Uchoa Leite. Editora: Summus). Considerada por muitos a melhor tradução de Carroll já feita no Brasil. O tradutor Uchoa Leite, que também era poeta e estudioso de teoria literária, dedicou-se a um trabalho minucioso de transposição fiel, mas não literal. Portanto, como fez Nicolau Sevcenko agora, também Uchoa Leite buscou não perder o sentido e o espírito do texto original. Para quem quer conhecer os contos de "Alice" em sua plenitude, sem dúvida é uma das melhores opções.



Alice - Edição Comentada, de Martin Gardner (Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges. Editora: Jorge Zahar). A grande vantagem deste lindo livro, além de reunir os dois contos de "Alice" em um só volume, é trazer comentários detalhados e interessantíssimos sobre o texto de Carroll, as circunstâncias em que foi escrito e as referências obscuras contidas nele. A tradução de Maria Luiza Borges também é admirável. 

Vale a pena conferir também as ponderações de Jorge Furtado, outro tradutor de Alice no Brasil (aqui).

Nenhum comentário:

Postar um comentário