Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 12 de dezembro de 2010

últimos acordes

Terminar essa tese, palavra por palavra, vírgula por vírgula, fechando os olhos para os titubeios e as incertezas, deixando falar o que foi, e continua sendo, paixão intelectual, e que justamente por isso logrou alcançar pouco mais que punhados de água apanhados com a mão no oceano dos escritos. Pelo menos a água escorrendo entre os dedos refresca as mãos do trabalho árduo, anônimo e solitário. É respirar fundo, abrir o arquivo e trabalhar, sabendo que uma banca está à espera. 

P.S. Não aguento mais pensar, no que quer que seja... esgotei, precisaria de férias em qualquer arquipélago perdido do Pacífico... nome sugestivo, aliás, para o desejo de pacificar meu ser. A contar do fuso horário do blog, já estou lá. 

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