O espírito da colmeia é um filme bastante difícil, a que assisti num espaço alternativo em BH, o Centro Cultural de Belo Horizonte. Como sempre, dada a minha dificuldade de falar de certos filmes, remeto o leitor a comentários mais consistentes (aqui, aqui, aqui, aqui...). Me ficou do filme a atmosfera de medo envolvendo tudo, inclusive o espectador, as fantasias que movem a menina Ana assustadoramente em direção ao monstro Frankenstein, a atmosfera de sonho e solidão que pauta aquelas vidas, o final nebuloso, como se fosse um sonho. Tudo é muito nebuloso do que retive. Quando a menina finalmente encontra o monstro eu não suportei a cena e fechei os olhos. Não sei o que aconteceu. Talvez só assistindo novamente para ter uma dimensão menos assustada, "racional" e traduzível do filme, até onde isso for possível. Mas sempre lembrando que um filme é também o que dele nos atravessa. Não suportar uma cena é ser atravessado de alguma forma. Como os melhores filmes de minha vida eu assisti em Belo Horizonte, uma cidade especialmente devotada ao cinema, segue uma lembrança do espaço que me propiciou o contato com essa obra-prima.
Imagem obtida aqui.
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