O CISNE
Este sacrifício de avançar
pelos feixes do irrealizado
lembra um cisne, altivo a caminhar.
E a morte ― esse nada mais buscar
do chão diariamente repisado ―
lembra a sua angústia de pousar
sobre as águas que o recebem mansas
e cedem sob ele, em suaves tranças
de marolas que cercá-lo vêm;
enquanto ele, calmo e independente,
segue sempre majestosamente
como ao seu próprio capricho lhe convém.
RILKE, Rainer Maria. Poemas. Trad. Geir Campos. São Paulo: Luzes no Asfalto, 2010, p.57.
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