Trata-se de um documentário/ficção com proposta muito peculiar, e o motivo de seu espantoso título só se revela ao final. "Um dos melhores e mais originais filmes brasileiros da década de 1990" (Cine Repórter). Seus únicos recursos são música, fotografias / imagens de arquivo e pequenos textos curtos, que funcionam como comentários. Na conjunção desses três elementos o século XX desenha-se ante o espectador, numa visão melancólica, que culmina na cena que traz o título do filme.
Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.
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