Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sexta-feira, 15 de julho de 2011

a pontuação da vida

Em Fernando Pessoa para todas as ocasiões: "A vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final." Entre a perplexidade e o espanto, mal traduzindo. Não poderia ser mais apropriado para levar para o sono, ponto de hesitação do dia, intervalo, reticências duvidosas que se abrem para viagens que demandam outra linguagem, outra pontuação.

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