Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Beto Guedes: Sol de Primavera

E já que a memória resolveu me assaltar por todos os lados, e também porque para mim a música mais bonita é ainda aquela que se forjou nos bares, clubes e esquinas de Minas, então fica aqui mais um lampejo da infância: numa manhã qualquer, como o mais, indefinida, exceto pela longínqua geografia, eu ouvi no rádio esta música, abertura de uma novela das seis, Marina. 

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