Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Cum mi-am petrecut sfarsitul lumii (Catalin Mitulescu, 2006)


Dos filmes de ditadura focalizando a ótica de uma criança (como O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias ou A Culpa é do Fidel), Como Eu Festejei o Fim do Mundo é o melhor. Como não se apaixonar pelo menino Lali, irmão da rebelde Eva? Detalhe: é uma grata surpresa escutar o idioma romeno. A única música que toca ao longo de todo o filme é uma bela canção folclórica romena.

Informações adicionais: Contracampo - Revista de Cinema

"É. Eu me acostumo mas não amanso." 
A hora da estrela, Clarice Lispector 
(Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 32)