Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Deus

...
Os favos no escuro enlouquecem a infância.
Nas suas casas profundas Deus aguarda que se demonstre
o teorema perfeito
e terrível.

Herberto Helder. Ofício cantante. Lisboa: Assírio & Alvim, 2009, p.401.

domingo, 21 de outubro de 2012

sentimento fraterno

A amiga que apareceu no sonho desta noite está distante, geograficamente fomos perdendo o contato aos poucos. Ela apareceu como uma espécie de saudade do que não chegamos a viver. Não, é um pouco diferente: como se fôssemos irmãs habitando países diferentes.

HEY HEY, MY MY, ROCK AND ROLL WILL NEVER DIE