Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 13 de julho de 2013

riders on the storm

my back pages

learning to fly

cássia eller (lindíssima) e edson cordeiro

rockin' in the free world

dia do rock: todas as homenagens ao gênero mais difícil de adjetivar

"But what's puzzling you is the nature of my game"

terça-feira, 9 de julho de 2013

ponto de encontro (zé renato e milton nascimento)

o que os sonhos desnudam

Os sonhos têm suas próprias razões. Difícil é lidar com a força agressiva de suas imagens. 

a alma que as roupas não escondem

Ao me vestir, escolher as roupas que vou usar, tenho a impressão de que sou urbana. No entanto, há algo que as roupas não escondem. Um espelho de shopping deu o flagrante: num vislumbre rápido, percebi todo um conjunto perfeitamente caipira. Esperto era Rubem Braga, que tinha uma amostra de suas raízes na cobertura de Ipanema em que vivia.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Labirinto, labirintite, orientação.

Uma crise aguda (e inesperada) de labirintite levou-me ao hospital na sexta-feira. Na verdade, a crise teria me deixado em casa, passando mal a perder de vista, perdendo as forças e os sentidos. Quem me levou foram minhas vizinhas, a quem eu tive a presença de espírito de chamar em meu auxílio, quando me dei conta da gravidade do que estava acontecendo e ainda tinha forças para me erguer da cama. Sugestão de minha mãe, que mora longe, em outra cidade, outro estado, a quem liguei em primeira instância. Os sintomas e a manifestação da labirintite são deveras desagradáveis, e não há que descrevê-los aqui, nem é este o propósito. Mas há um sintoma que não sei se é comum a quem passa pelas crises: a sensação imensa de fragilidade. Porque é incerto o desfecho, se o socorro — o outro, digo — não aparecer. Apareceu, como costuma acontecer comigo. Depois tudo se ajeitou, quem de direito foi avisado etc. etc. etc.