Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


segunda-feira, 24 de maio de 2010

"Fools rush in where angels fear to tread": Jokerman, Bob Dylan

Uma raridade, encontrar disponível no youtube o belíssimo vídeo da canção Jokerman (que no site oficial não está carregando). Trata-se de um dos vídeos mais interessantes do cantor e compositor, bastante político, em que há uma alternância entre as fortes e sugestivas imagens e a interpretação apaixonada do Dylan. Me chamou atenção um verso, que tem uma história de peregrinação pela literatura de língua inglesa e pela música americana: "Fools rush in where angels fear to tread" (segue um levantamento sumário pela Wikipedia).