Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


terça-feira, 29 de março de 2016

clichê perverso

Alguns colegas me disseram que Eduardo Cunha é um mal necessário. Raciocínio semelhante vem justificando e permitindo justamente o Mal, maiúsculo e absoluto.

eu odeio o Cunha com todas a minhas forças

Acabo de perceber que na palavra eleitor está outra fundamental, leitor. Um leitor sofrido, maltratado, que trabalha para pagar contas, parcialmente letrado, sem tempo para leitura ou sofisticações do intelecto. Daí se entende por que a política educacional brasileira é sobretudo a política porca praticada por Cunha e cia. Desse leitor atribulado e cansado os Cunhas se alimentam, até um dia, quem sabe, em que a desesperança prevaleça.

o inimigo é o Cunha, eleitor desatento

aqui é o meu país / sem rimas de ivan lins