Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 10 de março de 2012

o poder da palavra

Esta noite sonhei com vermes, aqueles mesmo, que dão em barriga de menino ― e menina. Sonhei que tinha vermes, e via-os, numa cena que me causou profundo nojo. Também sonhei com outras coisas, talvez o fundo indizível de onde brotaram os vermes, talvez já metafóricos. Mas não estava entendendo, até que me lembrei de uma conversa casual que tive ontem à tarde com um colega de profissão. Falávamos de astronomia, do modo como ela ressignificou nossa insignificância ― de um modo totalmente sem precedentes. 

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