Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sexta-feira, 11 de maio de 2012

nada em minha alma

“Nada pela minha alma um peixe abissal” (Alexei Bueno). E este peixe, porque abissal, encerra velado as cores com que já sonhei. Neste peixe eu respiro, enquanto me movimento pela água-linguagem. Somente um peixe abissal para trazer à tona o que a linguagem esconde de mim.

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