Em noite tropical
A noite se perfumava
Da brisa do roseiral.
Respirei o ar de Deus
No sono do vegetal,
Mas não gostava da lua
Com seu brilho mineral
Porque sem dizer a ela
Me fazia muito mal
Temer a todo momento
A voz de um policial.
Inês despida na relva
Era uma Inês irreal.
O claro-escuro do ventre
Luzia na noite nua
Como as luzes de um punhal.
Quando depois se vestia
A aurora amadurecia
As copas do pinheiral.
A palavra escrita (1951)
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