Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Edital de Incineração!?

Dando um "google" em mim mesma, descubro-me associada a um curioso "Edital de Incineração". Penso: será que já morri e esqueceram de me contar? Hahahahaha... Não, deve ser outra coisa: alguma empresa funerária me incluiu inadvertidamente na sua listagem de clientes eventuais, afinal já passei dos 40, é bom ir pensando nessas coisas desagradáveis... Mas não, ainda não é isso. É uma coisa mais simples, besta até: tempos atrás, fiz um concurso público, daqueles que te deixam "fulo da vida", quando se descobre, in media res, que um dos candidatos é autor de um dos títulos indicados na bibliografia, isso lá na Bahia, num lugar chamado Vitória da Conquista, que para mim foi antes "conquista da derrota". Coube-me um honroso segundo lugar no tal concurso, cuja vaga ficou já se sabe para quem... Voltei cabisbaixa, acabrunhada, e jurei que concurso na Bahia nunca mais. Bem, mas a lição disso tudo é que o passado, mais dia menos dia, vira uma grande piada, e podemos confortavelmente rir de nossas derrotas e fracassos. Por via das dúvidas, salvei o tal edital, afinal ele acaba de salvar meu dia. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário