Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


domingo, 2 de maio de 2010

Maria Fernanda

Tenho uma amiga, carioca, que atende pelo nome de Maria Fernanda. Nos conhecemos como orientadora e orientanda no mestrado da ufes, nos idos de 2002. Creio que, no terreno da amizade, ela se tornou uma experiência ímpar. Super mãezona, acolhedora, me abraçou sempre que precisei. Uma cabeça fantástica, uma capacidade de não julgar, não interpretar fora do comum. Também, lê Lacan, né? Hoje somos amigas, algo que foi se construindo, e eu adoro a cabeça dela, a capacidade que ela tem de pensar as coisas de uma forma sofisticada, sutil, sem que isso resulte em incompreensão. Queria muito que você voltasse para o Rio, já que não voltarei para Vitória. Como você não lê blogs, dificilmente lerá isso, então fico mais à vontade para dizer o que sinto. Curioso como estamos fazendo percursos parecidos: você saiu do mestrado para se dedicar a outros projetos, entre eles a literatura infanto-juvenil. E eu migrei para o ensino fundamental. Volta logo para o Rio, Fernanda, pra gente passear mais vezes no Jardim Botânico, e tomarmos aquele chopp em Santa Tereza. Me animaria mesmo mudar para a zona sul, com você por aqui. Beijos!

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