Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Bandeira

Nietzschiana

― Meu pai, ah que me esmaga a sensação do nada!
― Já sei, minha filha... É atavismo.
E ela reluzia com as mil cintilações do Êxito intacto.

Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, p. 162.

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