Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


quinta-feira, 5 de julho de 2012

deuses e titãs da mitologia grega em grande sertão

Em Grande sertão, na altura do julgamento de Zé Bebelo, todos os importantes chefes jagunços, tanto os reverenciados quanto os odiados por Riobaldo, estão presentes. E então uma outra narrativa se insinua mais forte, o duelo de titãs e deuses da mitologia grega. O nome Hermógenes  criatura que Riobaldo odeia acima do bem e do mal  é um índice contundente dessa aproximação, explorado desde sempre pelos estudiosos da obra de Guimarães Rosa. Mas há outro nome de chefe jagunço igualmente contundente: Titão Passos
O Julgamento, da série "O Diabo nas veredas mortas", de J. Murilo
(clique na imagem para ampliar)

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