Gosto de imaginar que ilhas significam-se ― fazem-se dizer por signos ― mediante barcos que se aventuram nas águas que as separam, mas também as unem: as águas podem ser oceânicas ou simples veredas, salgadas ou doces, profundas, turbulentas e mais difíceis de navegar, ou arroios cristalinos que escorrem transparentes entre pedras e vegetação de grande frescor. Os barcos, as palavras. E tudo o mais que diz respeito à palavra afeto, no sentido de afetar, atravessar. Escrever e ler são pontas de ilhas que se fazem significar ― os trajetos dependem dos barcos, das ilhas, das águas que as separam. Este blog não pretende nada, exceto lançar barcos que eventualmente alcancem outras ilhas. Barquinhos de papel.


sábado, 26 de maio de 2012

escritor vira notícia

Esta semana Dalton Trevisan virou notícia, e teve sua discreta rotina perturbada. Desencantado, alheio a prêmios, ele se exerce na arte da solidão, de onde sai a nota breve em forma de conto: “Pouco importa se nunca mais dormir. Afinal você não pode ter tudo.” [Guerra conjugal. 10.ed. Rio de Janeiro: Record, 1995, p.86]

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